terça-feira, 28 de abril de 2009

Guerras do Iraque

  • Primeira Guerra do Golfo: Guerra Irã-Iraque

    Em 1979, o do Irã Mohammad Reza Pahlavi foi derrubado pela Revolução Islâmica, dando lugar a uma república islâmica liderada pelo Aiatolá Khomeini. A influência do Islão xiita revolucionário cresceu deste modo de forma abrupta, particularmente em países com grandes populações xiitas, em especial o Iraque. Saddam receava que as idéias radicais islâmicas, hostis ao seu domínio secular pudessem alastrar no seu país, entre a população xiita (a maioria da população do Iraque). Saddam conduziu a Guerra contra o Irã entre 1980 e 1988. Contou com o apoio dos Estados Unidos, então governado por Ronald Reagan, que esperava a derrocada dos xiitas iranianos e de seu líder espiritual, o aiatolá Khomeini. Recebeu também o apoio do Kuwait, da Arábia Saudita e outras nações árabes, muitas delas igualmente preocupadas com a ameaça de uma igual revolução islâmica como a do Irã em seus territórios. No conflito, durante o qual Saddam aumentou a importação de armas do Ocidente, foram utilizados gases tóxicos na frente de batalha e estreitados os laços com os regimes árabes moderados. A guerra entre os dois países durou oito anos (o cessar-fogo foi assinado em 20 de agosto de 1988) e nela morreram mais de um milhão de pessoas. Não houve vencedor declarado, e a guerra levou o país a sérias dificuldades econômicas.

    Segunda Guerra do Golfo: Kuwait

    Em 2 de agosto de 1990, apenas dois anos depois do fim da disputa, tropas iraquianas, seguindo ordens de Saddam Hussein, invadiram e anexaram ao território iraquiano o vizinho emirado do Kuwait, país que mais ajudou financeiramente o Iraque durante a guerra com o Irã. Mas nesse período, o Kuwait frustrava os desejos iraquianos na Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) de diminuir a produção para que o preço do barril no mercado aumentasse. Terminada a guerra, Saddam ainda teve que enfrentar as revoltas xiita e curda no Iraque, que não titubeou em reprimir duramente. Entre 1991 e 1992, EUA, Reino Unido e França estabeleceram, sem o respaldo de uma resolução da ONU, duas regiões de exclusão aérea - ao norte do paralelo 36 e ao sul do paralelo 32 - com o objetivo declarado de proteger a população curda e xiita.
    A proibição dos aliados foi permanente fonte de conflitos desde sua entrada em vigor, terminando com a derrubada de alguns aviões dos dois lados, somados aos duros efeitos do embargo econômico que tentaram suavizar com o programa "Petróleo por Comida".

    A Terceira Guerra do Golfo: Guerra do Iraque

    Durante os anos 90, a ONU exigiu a eliminação das supostas armas de destruição de massa, que o Iraque sempre negou ter. A população do país foi castigada pelas duras sanções econômicas impostas pelas Nações Unidas. Em 1997, começaram as desavenças do regime com a UNSCOM, comissão da ONU encarregada de supervisionar o desarmamento do Iraque - por causa da suspeita de que país buscava armamento químico e nuclear -, o que se prolongaria por seis anos e que serviria de pretexto para os Estados Unidos invadirem o Iraque. Em 1998, EUA e Reino Unido bombardearam o Iraque, tentando forçar o regime de Saddam a colaborar com as inspeções da ONU.

    Após os atentados de 11 de setembro de 2001, os Estados Unidos entraram em alerta contra seus possíveis inimigos. Empreenderam uma guerra contra os afegãos derrubando o governo talebã, mas não conseguiram capturar o terrorista Osama Bin Laden. Paralelamente, o presidente George W. Bush criou a Lei Antiterrorismo, pela qual o Estado teria o direito de prender estrangeiros sem acusação prévia e violar determinadas liberdades individuais.Nesse mesmo período, o governo norte-americano conseguiu a liberação de fundos do orçamento para o investimento em armas, no valor de 370 bilhões de dólares. Com o passar do tempo, o fracasso na captura de Bin Laden direcionou atenção do governo norte-americano contra outros possíveis inimigos dos EUA. O chamado “eixo do mal” teria como alvos principais alguns países como Irã, Coréia do Norte e Iraque. Este último, comandado por Saddam Hussein, foi o primeiro a ser investigado pelos EUA. No ano de 2002, o presidente George W. Bush iniciou uma forte campanha contra as ações militares do governo iraquiano. Em diversas ocasiões, denunciou a presença de armas de destruição em massa que poderiam colocar em risco os Estados Unidos e seus demais aliados. Após denunciar a produção de armas químicas e biológicas no Iraque, os EUA conseguiram que uma delegação de inspetores das Nações Unidas investigasse o estoque de armamentos controlados por Saddam Hussein.Em fevereiro de 2003, os delgados da ONU chegaram à conclusão que não havia nenhum tipo de arma de destruição em massa no Iraque. Contudo, contrariando a declaração do Conselho de Segurança da ONU, o presidente George W. Bush formou uma coalizão militar contra os iraquianos.
    No dia 20 de março de 2003, contando com o apoio de tropas britânicas, italianas, espanholas e australianas, os EUA deram início à guerra do Iraque com um intenso bombardeio.Em pouco tempo, a força de coalizão conseguiu derrubar o governo de Saddam Hussein e instituir um governo de natureza provisória. Em dezembro de 2003, o governo estadunidense declarou sua vitória contra as ameaçadoras forças iraquianas com a captura do ditador Saddam Hussein. A vitória, apesar de “redimir” as frustradas tentativas de se encontrar Bin Laden, estabeleceu um grande incômodo político na medida em que os EUA não encontraram as tais armas químicas e biológicas.

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